Sumário:
1 – Introdução.
2 – O que não é, e o que é pesquisar na Maçonaria e na Universidade.
3 – O pesquisador e o dever ser.
4 – A organização do estudo.
5 – A linguagem.
6 – Avaliação na escolha de obra para pesquisa.
7 – Quadros de referência na avaliação entre pesquisar o leigo.
8 – A pesquisa – Métodos e Técnicas.
9 – Elementos.
10 – Avaliação.
11 – O Êxito na pesquisa e a mudança de paradigma.
12 – Referências Bibliográficas.
Palavras Chaves: Pesquisa; pesquisa na maçonaria; métodos; técnicas.
1. INTRODUÇÃO – Na última metade do séc. XX, a Maçonaria tem se dedicado a divulgação das letras e da pesquisa com academias de letras maçônicas, nas esferas nacional, regional e estadual, tendo criado Institutos e Lojas de pesquisa sobre temas literários, históricos, filosóficos, sociais, políticos e ritualísticos.
Entre as associações e instituições privadas, a Maçonaria atualmente é uma das associações que mais tem desenvolvido o centro de união entre todas as pessoas independentemente de religião, crenças e política, permitindo aos seus membros o incessante progresso cultural, cientifico e espiritual.
Nesse aspecto a Maçonaria, através das potências maçônicas, atingiu um número expressivo e quantitativo na produção cultural. É chegado o momento de ampliar os aspectos qualitativos na divulgação cultural da pesquisa maçônica em todos seus campos. Daí a razão do presente trabalho.
2. O QUE NÃO É, E O QUE É PESQUISAR NA MAÇONARIA E NA UNIVERSIDADE – Ao longo dos 40 anos de magistério superior, orientando monografias e iniciação científica, tendo visto um erro nas duas instituições: os professores, orientadores e comissão de graus têm induzido estudantes ao erro, utilizado a expressão: PESQUISE TAL LIVRO OU TAL ASSUNTO, SEM CONHECER O TEMA, O PROBLEMA E SUAS DELIMITAÇÕES, banalizando a pesquisa, quando deveriam dizer consulte tal livro, tal enciclopédia ou verifique o assunto. Consultar não é pesquisar.
Pesquisa é um processo ou caminho científico que demanda reflexão, sujeito e objeto determinado, problema, metodologia e técnicas referentes a pesquisa. A IGNORÂNCIA PREJUDICA A PESQUISA!
3. O PESQUISADOR E O DEVER SER - O ser humano na definição de Ortega y Gasset: “EU sou EU e minhas circunstâncias. O homem é aberto, é futuro, é a palavra “é” e a revelação do humano.
O pesquisador sujeito ao mundo da norma e da ética na pesquisa, trabalha com a cultura, com o conhecer como representação, caracterizando o saber humano por sua universalidade. Daí distinguem-se cinco tipos de conhecimentos ou representações:
Ordinário: as coisas falam, dizem algo, são passiveis de significação, o homem constrói um mundo significativo – é uma interpretação espontânea intuitiva de realidade; provém do senso comum (46/7).
Mítico: é uma intuição compreensiva da realidade vazada numa linguagem fantasiosa, alógica. A sua interpretação depende da profundidade experiencial humana. (50/1).
Científico: é objetivo e sistêmico. “é um conjunto formal ou operacional de proposições” (56/58). “por meio dele além do fenômeno, conhecem suas causas e leis que regem. Características: 1) é correto; 2) é geral; 3) é metódico, sistemático”. A1. Cervo, pág. (16/17) – método experimental.
Resp. às perguntas: O que? Ciências Físicas/ Ecologia. Quem? Psicologia / Sociedade.
4. Filosófico: é uma ciência não positiva, adquirida através da luz da razão, pretende revelar o ser – É constituído de realidade imediatas, de ordem supra sensível ultrapassam a experiência, utilizam o método racional. Modernamente, fala-se em filosofar, isto é interrogar ou questionar a si e a realidade. Sua tarefa principal é a reflexão.
Resp. à pergunta: Por que? (sentido da existência) Razão.
5. De Fé: “é um conjunto de conhecimentos ou de verdade a que os homens chegaram não com auxílio da inteligência, mas mediante a aceitação da revelação divina, da fé” – argumento de autoridade.
Resp. à pergunta: Para quem? (Tradições espirituais, religiões) Intuição.
4. A ORGANIZAÇÃO DO ESTUDO – Tempo; material. Local; ambiente. A pesquisa é um ato individual e solitário, daí a necessidade da organização do estudo na vida, na maçonaria e no trabalho:
Tempo: o tempo no dito popular, “tempo é questão de preferência”, quem quer estudar ou pesquisar deverá incluir o tempo nas suas rotinas diárias.
O tempo desperdiçado não volta mais, e, Cronus o Deus do tempo é o único que não foi destronado. Na agenda das 6h às 24h é possível encaixar pelo menos meia hora diária e uma hora no sábado ou domingo.
Local e Material: O estudante/pesquisador deverá ter um local para estudo em qualquer lugar da casa onde possa cumprir o horário escolhido sem interrupções. Material: Todo o material deverá estar disponível na mesa de estudos, entre eles: dicionário de português e/ou dicionário de maçonaria, manual de redação e estilo e gramática, além dos livros específicos de pesquisa, para maior rendimento do trabalho.
Leitura prévia do material de pesquisa: a leitura deverá ser previamente desenvolvida, utilizando-se duas técnicas: a técnica da sublinha, isto é, destacar principais e palavras chaves de um texto utilizando-se o marca texto ou sublinhando, que bem feita possibilita a rápida releitura do texto; e a técnica da análise e síntese, isto é, em primeiro lugar analisar ou retalhar o texto dialogando com o autor para sua compreensão; depois fazer a síntese do que foi analisado para expor na pesquisa.
Pensamento: “Ler um texto é algo sério; ... É aprender como se dão relações entre palavras na composição do discurso. É tarefa do sujeito critico, humilde, e determinado,” (Paulo Freire, p. 76/77).
Obs: para melhor esclarecimento vide obra 3 indicada na Referência Bibliográfica.
5. A LINGUAGEM – A linguagem se expressa através da fala, emite um som – vogais e consoantes – que explica o sujeito ou o objeto pensado. Linguagem falada ou escrita são expressões diferentes de comunicações. Há três níveis de utilização da linguagem, (nas palavras, categorias):
1º Científico – A palavra neste nível, assume a função instrumental que vincula conteúdos objetivados – coisa denominada – ex. 2+2 são 4: o homem é inteligente.
2º Filosófico – É de comunicação do ser. Sabemos que não sabemos o que é bondade, inteligência, etc.
3º Místico – É antes de tudo agir. O que é anterior à palavra, ou ainda além da palavra.
6. AVALIAÇÃO NA ESCOLHA DE OBRA PARA PESQUISA – Na escolha de obra para pesquisa deve-se avaliar no mínimo cinco aspectos: 1 – O autor tem idoneidade/credenciais para tratar do o assunto? 2 – Quais os objetivos da obra? 3 – Em que teorias e princípios o autor se fundamenta/baseia a pesquisa? 4 – A obra é relevante/válida para a pesquisa? 5 – Usa argumentos de autoridade (Subjetivos)?
Obs: os cincos aspectos, se necessário, podem ser desdobrados em três ou mais perguntas.
7. QUADROS DE REFERÊNCIA NA AVALIAÇÃO ENTRE PESQUISADORES E LEIGOS – O pesquisador tem por obrigação verificar se os objetivos foram satisfeitos conforme os métodos e as técnicas, daí a diferença entre o pesquisador e o leigo:
QUADRO I – ESQUEMA COMPARATIVO
QUADRO II – PESQUISADOR LEIGO
AVALIAÇÃO COMPARATIVA
Objetividade Subjetividade Científica é objetiva, não usa o “EU ACHO”.
Sistematização Improvisação 5 – Excelente – inédito Racionalidade Emotividade 4 – Bom – de grande interesse maçônico.
Relevância Interesse 3 – Razoável – apenas ilustrativo e repetitivo.
Pluralismo Singularismo 2 – Fraco – pouco interesse maçônico.
Precisão Imprecisão 1 – Muito fraco – nenhum interesse maçônico.
Obs: Adaptado dos quadros (De Matos/Carvalho, p. 03 e 21).
8. A PESQUISA – MÉTODOS E TÉCNICAS.
MÉTODOS: “O método é apenas um meio de acesso; só inteligência e a reflexão descobrem o que os fatos e os fenômenos realmente são” (Cervo e Dervian, p 25).
TÉCNICAS: A técnica é um instrumento que o pesquisador contará para a coleta de dados, está relacionada ao método utilizado pelo pesquisador, entre elas: levantamento bibliográfico, fichamento questionário, etc.
TIPOLOGIA DAS PESQUISAS: A tipologia da pesquisa é determinada por dois elementos: “a finalidade com que será realizada e os recursos que se fazem necessários para o alcance de dados, de cuja análise surgirão, inevitavelmente as possíveis soluções” (Matias e Andrade, p. 34).
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